Como é possível isso? A Uniban voltar atrás e ainda assim seguir dizendo que estava certa em sua decisão? Não bastou o mundo e a opinião pública brasileira se manifestar? Não bastou? Os argumentos apresentados não foram consistentes? O que falta para os membros dirigentes da Uniban convencerem-se de que estão absolutamente errados? O que mais falta? Se a moça tivesse sido estuprada talvez se comovessem, mas seguissem afirmando que “ela provocou”, “ela pediu”, “foi o que ela quis”…
Não consigo compreender como que se revoga uma decisão, se convoca um senador Eduardo Suplicy para dar palestra sobre cidadania, se diz em entrevista coletiva à imprensa sobre a “necessidade de pensar essas questões” e ainda assim se pode dizer que o conselho NÃO ERROU?! Como isso é possível? Isso ou é maucaratismo ou é um nível de burrice intolerável da parte de um dirigente de uma universidade. Não é possível!
A atitude do MEC em recuar dá a entender que algum acordo foi negociado entre o corpo dirigente da Uniban e o MEC. Disso conclui-se que a Uniban voltou atrás, pois está em época de vestibular e havia a ameaça do MEC, então teve que recuar. Mas não porque acreditasse que estava errada, mas seja por medo das pressões do MEC seja por receio em relação à opinião pública que estava e está! em peso revoltada com os absurdos que andam acontecendo pela Uniban. O vice-reitor está preocupado em preservar a marca Uniban e de olho nas matrículas. Além disso? Nada. Necessidade de repensar essas questões? Quais? Se o vice-reitor diz que o que ocorreu não foi machismo, foi o quê? Como nomea o vice-reitor? (Nunca esquecendo que no episódio de abril deste ano o vice-reitor culpou os bares pelo incidente com a jovem que foi ferida, teve o carro destruído e está em tratamento psicológico).
O que aconteceu naquele dia, vice-reitor Ellis Wayne Brown?
Para piorar as coisas o vice-reitor ainda revogou também a suspensão para alguns dos vândalos envolvidos. Com a bela justificativa: Segundo ele, a revogação do afastamento da aluna e da suspensão de outros envolvidos foi a escolha de uma “abordagem educacional em lugar da punição disciplinar”. Lembrou disso só depois de tornado-se manchete? Lembrou da educação? Afina, revogou a suspensão por isso ou porque: “Teríamos de perguntar se puniríamos cerca de 800 alunos. Isso não resolveria o problema social”, afirmou. Bom, se o vice-reitor com essa decisão parece querer chamar para a si a responsabilidade pela reeducação dos criminosos, pois é isso realmente que são como já disseram diversos advogados (cito e indico a entrevista na TV Estadão, excelente, com a procuradora do Estado de SP, Luiza Nagib Eluf e com a Geyse). A Uniban tornou-se penitenciária agora?
Na comunidade do Orkut Apoiadores da Loira da Uniban surgiram algumas propostas de regras para o estatuto da Uniban:
Não percorrerás caminhos alternativos na ida para o banheiro. Escolherás sempre o banheiro mais próximo do contrário serás advertido(a).
Minissaias, ou mini-vestidos, especialmente da cor rosa, não serão aceitos nas rampas da Uniban.
Se outras moças a virem com roupas inadequadas e lhe advertirem considere essa adversão algo formal da própria universidade. Considere ainda sobre a possibilidade de aceitar trajes oferecidos por colegas com mais bom senso a maior retidão moral.
Não usarás calcinhas fio dental, pois isso poderá provocar alvoroços e tumultos entre os nossos bichos, digo, estudantes.
Art X: Os alunos terão um prazo maximo para subirem a rampa, e sópoderão fazer isso tendo por destino a respectiva sala, sob pena de atentar contra o ambiente escolar.
§1: Será concedido, atitulo de tolerancia aos alunos soteropolitanos da Faculdade, ou aos visitantes, um prazo maior para cobrir o percurso, com acrescimo de até 90% sobre oprazo maximo fixado.
§ Aos alunos portadores de deficiencia, ou munidos de autorização judicial não se aplicam o disposto na presente norma.
Os alunos, principalmente os do sexo masculino, devem inspecionar com rigor a postura dos alunos do sexo feminino para que se comportem de maneira adequada ao recinto. Estando esses livres para agir de forma ríspida para com os alunos do sexo feminino. O ambiente escolar deve ser preservado acima de tudo e de todos. Deve-se sempre ter em mente o bom nome da instituição e seus mais de 60 mil alunos.
Existirá alguém na Uniban sem esse perfil autoritário e intolerante como já mostraram ter TODOS os dirigentes da universidade? Mesmo assessores aconselhando que não expulsassem a moça o reitor, Heitor Pinto Filho (clique aqui para ver foto e comentário sobre reitor):
Apesar de a expulsão ter sido atribuída pela Uniban ao conselho superior da unidade, ela teria partido diretamente do reitor, Heitor Pinto Filho, descrito por funcionários como um administrador centralizador que, com frequência, ignora sugestões dos seus conselheiros.
Segundo pessoas que participaram das discussões sobre o futuro de Geisy Arruda, Pinto Filho rechaçou com irritação a sugestão das áreas de comunicação e publicidade da universidade para manter a aluna e realizar seminários sobre cidadania. Ontem, porém, o dirigente recuou, avaliando que teria ocorrido grande prejuízo à imagem da instituição. Ele não concedeu entrevista.
O fato é que a Uniban, seus dirigentes, terão que se explicar ao Ministério Público Federal, à Delegação da Mulher de São Bernardo do Campo e:
A Comissão de Educação e Cultura aprovou nesta quarta-feira requerimento para realização de audiência pública para debater a responsabilidade das instituições de ensino superior em relação aos direitos humanos. O debate foi motivado pelo caso da Uniban, em que a aluna de Turismo Geisy Arruda precisou sair do campus escoltada pela polícia após ser hostilizada e xingada por causa do vestido que usava.
Terão que explicar com clareza a decisão de expulsar a moça e depois voltar atrás por causa de pressão da opinião pública.
Abaixo cito um link com imagens de Geyse na rampa. Vejam aí as mentiras que contaram sobre ela estar levantando o vestido e etc.
http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,MUL1373959-5605,00.html